OBSERVADOR DO VAZIO
OBSERVADOR DO VAZIO
O vento-menino encrespava
Os cabelos das mansas águas
E displicentemente cantarolava
Uma música triste de mágoas
Mesmo assim dançavam
As periféricas folhas alheias
A tudo que ali se passava
Tal crianças nas sujas vielas
As modorrentas telhas, ignóbeis
Na inércia dos decadentes telhados
Assobiavam uma moda em decibéis
Confusos, obtusos e desafinados
Eu, expectador involuntário
Impassível, entediado, melancólico
Gasto meu tempo ermo, ordinário
Com um olhar vazio, paranoico
- Tudo é irreal e simbólico
Quando a alma anula-se em vão.
O que é belo, parece diabólico
Antes de plantarem-nos no chão.
Poeta matemático
Enviado por Poeta matemático em 17/06/2024