Território do Crime Sagrado
Território do Crime Sagrado
Por mais que se retalhe, é um só corpo a Terra,
Deus a moldou qual ceramista no labor.
O homem traça e apaga o fio que desterra
— Da sede do poder, nada escapa ao torpor.
Qual verme que do morto extrai seu alimento,
Consome a Terra e nela jaz — finito e vão.
Recusa o solo cálido, seu nascimento,
E troca o chão materno por vã salvação.
Definha o homem sem resquício de piedade,
Que mata e rouba o que jamais lhe pertenceu,
Capaz da mais cruel e vil brutalidade:
— Tirar comida e água, erguer desolação,
Em nome de um Deus que nunca deu papel
De posse à fantasia da “terra em missão”.
Poeta matemático
Enviado por Poeta matemático em 29/06/2025
Alterado em 30/06/2025