Poeta matemático
Um matemático que faz poesias. Um poeta que ama a matemática.
Capa Textos Áudios Fotos Perfil Livros à Venda Prêmios Livro de Visitas Contato Links
Perfil

Um poeta que ama a matemática; 

Um matemático que faz poesia com amor.

 

ESSÊNCIA

 

Demoramos a perceber do que realmente somos feitos. Procuramos sempre fora de nós essa massa não palpável, até que nos desiludimos e nos voltamos para dentro. Começamos a olhar ao nosso redor. Agimos cegamente como quem perdeu uma chave no escuro e procura debaixo do poste só porque a lâmpada está ligada.

Sou feito da essência de Dona Ana, costureira, e de seu Elias, sapateiro. Não sei costurar, mas andei engendrando algumas sandálias. Não tinha talento para isso. Para ser um sapateiro e um(a) costureiro(a), tem que ser, antes de tudo, artista.

Minha Mãe é uma artista. Meu pai não foi um bom sapateiro, mas foi um excelente gerente de sapataria. Um hábil comerciante e um homem muito digno, admirado por todos seus amigos. Tinha uma liderança nata. Uma inteligência admirável. Notadamente pela reação rápida a questionamentos, pelas respostas “de supetão” que desarmava seus interlocutores. Um homem sensível, apesar de ser “bruto” ou parecer bruto. Uma coisa é certa: não levava desaforo para casa. Herdei fortemente essa característica. Era um poeta, um boêmio que gostava de boa música e tinha uma boa voz. Herdei fortemente também essas características. A poesia que existe em mim, veio em grande parte, dele.

Para espanto de muitos, herdei a parte matemática de minha mãe. Ela, necessariamente não é boa de conta, como também não sou. Meu pai tinha mais habilidade nesse particular. Mas matemáticos, em geral, são péssimos em fazer conta, o que contraria o conceito superficial e comum do que faz um matemático.

Herdei da minha mãe a visão espacial, a geometria, a captação de forma e padrão. Ela é capaz de observar um vestido exposto em uma vitrine por pouco tempo e reproduzi-lo em casa. Ou seja: ela olha uma forma em três dimensões e, a partir de partes de planos, (tecido), fazer recortes da superfície daquele volume. Ou seja, ela fez projeções do espaço tridimensional sobre o plano, segundo uma função incógnita invertível, que a partir do domínio do plano, reproduzir o volume como imagem.

Sou a essência dessas duas pessoas formidáveis. O resto, o tempo e o mundo me fizeram, mas tudo isso foi a cola que uniu o que já trouxe quando nasci.

 

COSN